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Fraudes no INSS: Governo diz que 9 milhões foram afetados mas números podem ultrapassar os 12,5 milhões

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Amanda Heimann: Jornalista

Do Expresso 365 15/05/2025

O governo federal ainda tenta contabilizar o tamanho do rombo no INSS com descontos indevidos de aposentados e pensionistas para entidades associativas.
Ao em vez de determinar que os descontos parem e que essas entidades sejam fechadas, o governo tenta filtrar os descontos que foram autorizados e os que não, apesar de ter prévio conhecimento de que pelo menos 95% desses descontos são ilegais.
A medida tem como pano de fundo, ampliar o prazo de devolutiva dos valores já que a União não tem como arcar com as devoluções sozinha e espera na ilusão de que as entidades devolvam por vontade o que roubaram.

Um ponto de divergência está nos dados dentre o que foi descontado e o que o governo acusa ser.
Nos cálculos do governo federal, aparecem 9 milhões de aposentados e pensionistas, que recebiam valores acima do mínimo e que tiveram descontos, entre os anos de 2019 a 2024.
O montante é de R$ 6,3 bilhões que agora o INSS tenta filtrar, o que foi indevido e o que não.

Os números são discrepantes porque esses descontos associativos na verdade, começam em 2016, ainda no governo Dilma Rousseff.
Ele passa por anos seguintes e até abril de 2025, chegam ao montante de R$ 7,99 bilhões.
Os números fazem parte de um levantamento do Expresso 365, com base em dados de aposentados e pensionistas, levantamentos via lei de acesso a informação, e denúncias registradas.
São então, 12,5 milhões de pessoas que em algum momento nesses 9 anos, tiveram um desconto ou mais, de forma indevida.

O grande problema que há de se destacar, é que apesar de ter começado no governo Dilma e passado pelos governos seguintes, a fraude é colocada a vista apenas em 2023, no 1º ano do governo Lula 3.
Quando denunciado o esquema, o Ministério da Previdência nada faz para barra-lo, tão pouco o INSS, já que estavam com integrantes do órgão comprados pelas entidades e levando um por fora.
Os números quadriplicaram em descontos, a partir de setembro de 2023 até o fim de 2024.
Os valores que os servidores do INSS receberam segundo dados obtidos pela Reportagem, ultrapassam os R$ 100 milhões, em vantagens indevidas.
A Polícia Federal já conseguiu captar, R$ 53 milhões desse montante, como pagos em forma de propina a servidores do INSS.
Esses servidores não apenas faziam vistas grossa, como também vendiam os dados de aposentados e pensionistas para as entidades.