Por Mariana Ratzinger
23/02/2025 8h
Quem está dentro do Ministério Público sabe bem que para se fazer uma acusação é preciso antes de mais nada de provas.
Não há processo criminal sem que possamos provar aquilo que estamos dizendo.
E provas não são apenas falas, é preciso documentos que comprovem os fatos ou eles seriam apenas narrativa.
Na semana passada assistimos o que acontece, quando integrantes do Ministério Público se deixam contaminar por um lado do espectro político do Brasil.
Seja para um ou outro lado, o fato é, que quando o ideal é maior que a moral, a situação se complica.
O Procurador-Geral da República apresentou uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o acusou de tentar um golpe de estado no Brasil.
Bolsonaro pode ter planejado um golpe, pode ter conversado sobre isso em reuniões, mas uma coisa é fato.
Uma tentativa de golpe nunca aconteceu. Isso por si só já deixa a denúncia do PGR nula e ele se quer, deveria tê-la apresentado.
A delação feita por Mauro Cid é a base para todo esse circo.
Não existem ali documentos, apenas o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, narrando coisas que podem ou não, terem ocorrido.
Se Bolsonaro tentou dar um golpe, onde estão os tanques nas ruas?
Onde estão as provas do golpe?
Eu seria a primeira a colocar a denúncia na mesa, se tivesse visto algo concreto. Mas olhando a peça e suas páginas, o fato é, não há.
Podemos concordar ou discordar de Bolsonaro, mas não podemos usar nossa insatisfação para desestabilizar o país.
É preciso discernimento e alguém com coragem, para fazer o que precisa ser feito.
Já conhecemos a trajetória deste caso, isso é um jogo de cartas marcadas.
Bolsonaro foi denunciado e o STF, vai aceitar essa denúncia, tão claro quanto a transparência da água.
Após o aceite o ex-presidente vai passar pelo julgamento e condenação e será preso.
Em qualquer outro lugar do mundo, ao assistir a delação de Cid, quando Moraes o indaga em depoimento que queria fatos, e o ameaça de prisão com a mulher, o pai e a filha mais velha, isso por si só já se configura coação.
Uma delação premiada deve ser feita, não por pressão mas por vontade do detido.
São valores invertidos que agora ameaçam a nossa estabilidade, nossa democracia.
E o 8 do 1?
O 8 do 1, foi uma tentativa de golpe para alguns.
Vejo como um protesto desenfreado por pessoas fanáticas e outras pagas.
Alguns que se quer sabiam do que se tratava porque foram ludibriados e imaginavam que outra coisa aconteceria no país, se não fizessem aquilo.
O protesto perdeu o controle, e depois se transformou num gigantesco ato de vandalismo, não mais.
Foi vandalismo e não uma tentativa de golpe, porque de novo.
Não teve tanque nas ruas, não teve Forças Armadas apoiando ou atirando.
Gente vamos ser racionais. Bolsonaro participou desse circo todo?
Como ele pretendia dar um golpe no 8 do 1, se ele estava nos Estados Unidos, pela Wifi?
Uma coisa é chamarmos Bolsonaro de genocida, por conta de seu desgoverno na pandemia do Covid-19. Isso é um fato.
Outra é deixar isso passar e tentar atribuir a ele, crimes que não foram como dizem ser. É preciso de novo, discernimento e objetividade, para não desestabilizar ainda mais este país.
