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Opinião: Recado que novos Presidentes do Legislativo mandam a Lula é de um Congresso com independência, ou com próprios interesses

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Por Mariana Ferrari

02/02/2025 | 7:58

O Congresso Nacional elegeu seus novos Presidentes na tarde deste sábado, 1º de fevereiro, e que comandarão a casa de leis pelos próximos 2 anos.
Hugo Motta do Republicanos, foi eleito para presidir a Câmara com ampla maioria, 444 votos registrados.
Já Davi Alcolumbre, será o Presidente do Senado Federal, depois de ser eleito com 73 votos na sua casa legislativa.
Analisando cada um dos discursos proferidos pelos eleitos, o que se pode notar é uma coisa só.
Ambos tentam deixar claro ao governo que suas Presidências serão pautadas pela independência.
Ainda que vez ou outra concordem com o governo Lula, não será para tudo que os líderes estarão dispostos a dar amém, ou pautar.
Tudo vai depender da capacidade do governo em negociar e naquilo que terão para oferecer.

Lula, mal Alcolumbre foi eleito, falou com o senador pelo telefone o pedindo uma reunião na segunda-feira, 3.
O objetivo do encontro é tratar das prioridades do governo.
Mas antes, apesar de Alcolumbre se dispor a encontra-lo, Lula terá que ouvir, quais serão as prioridades do senador.
Tanto Alcolumbre quanto Motta, querem emplacar indicados em cargos do alto escalão do governo.
E isso incluem, controles de agencias reguladoras e de autarquias importantes.
Resta saber, o que Lula vai fazer para acomoda-los, ainda mais sabendo que nem assim, isso será garantia de que estejam sempre alinhados.

Apesar de todas essas incertezas e de pregarem a independência, duas coisas são certas.
A primeira é que em ambos discursos, Motta e Alcolumbre foram categóricos ao afirmar o compromisso com a democracia, sem espaço para golpes.
E a segunda, é que também foram claros ao deixar transparente, suas ambições.
A Cúpula do Congresso mal foi eleita, já pressiona Lula por mudanças em Ministérios, outro ponto a se observar.
E finalizando o pacote, analisamos a questão de estilos que saem e entram no poder.

Com Pacheco no Senado, o governo tinha maiores vantagens, mas não todas.
Com Lira, eram a base de negociações, o que podiam oferecer e cumprir, para ter seus interesses votados e pautados.
Foi assim que no ano passado, a toque de caixa, o governo aprovou um pacote de ajuste fiscal meia boca, para inglês ver.
E deixou o país sem Orçamento para ser executado no começo do ano.