Brasil e mundo

Opinião: Ao Banco Central o que é de competência do Banco Central, e sátiras não fazem parte deste pacote

Ouça a Notícia

Por Guilherme Kalel

17/01/2025 | 8h15

O Banco Central do Brasil passou a compartilhar um vídeo que viralisou nas redes sociais nesta quinta-feira, 16.
O vídeo feito por inteligência artificial, fazia uma sátira aos que espalharam Fake News sobre uma cobrança de taxa para usabilidade do Pix.
O governo teve trabalho para desmentir a questão e informar que a forma de pagamento não será taxada.
Nesta quinta-feira, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicou uma Medida Provisória que garante a gratuidade do Pix.

Apesar de entender que em alguns momentos uma dose de bom humor não faz mal, é preciso por outro lado saber a quem isso se destina.
Falhou a comunicação do governo mais uma vez, em parceria com o BC, na publicação do famigerado vídeo.
É muito assustador imaginar que o Banco Central, que cuida da política monetária de nosso país, se preocupe em satirizar em vídeos feitos por IA, uma situação ocorrida no país, ao em vez de se concentrar nos seus problemas maiores.
O papel do BC é se não outro, cuidar para o controle da inflação e da taxa de juros que está nas alturas e que vai subir ainda mais.
Qualquer coisa fora disso, ainda mais em vídeos de humor, não competem ao banco.
E de novo, o governo federal entra em uma área que não é de sua competência ao incentivar esse tipo de situação.

Para relembrar e entender o que houve
Em 1º de janeiro entrou em vigor uma Instrução Normativa da Receita Federal, que determinava obrigatoriedade que instituições financeiras informassem o órgão, todas as movimentações por cartão de crédito ou Pix, acima de R$ 5000,00 para pessoas físicas e R$ 15000,00 de empresas, em suas plataformas.
O objetivo não era taxar, mas sim identificar, movimentações que não estavam declaradas adequadamente no Imposto de Renda, para inibir a prática de sonegação fiscal.

Pessoas ligadas a extrema-direita começaram a espalhar mentiras pelas redes, informando que o Pix seria taxado pelo governo.
Essa é a forma de pagamento mais usada nos dias atuais no Brasil, o que levou pânico a população.
Em 2 dias caiu e muito o número de Pix que foram realizados pelo sistema do BC, o Banco Central do Brasil.
A Receita veio a público e informou que não iria taxar o Pix, mas não foi o suficiente.
A situação só se agravou depois que o deputado Nicolas Ferreira, fez vídeos questionando a norma da Receita nas redes e teve mais de 200 milhões de visualizações.
O governo recuou, e na quarta-feira, 15, anunciou que iria cancelar a Instrução Normativa da Receita, o que ocorreu na quinta, 16.
Junto com uma Medida Provisória que determina sigilo nas operações bancárias, o governo determinou que o Pix será sempre gratuito.
Ferreira voltou as redes e questionou, “Se era mentira a taxação, por que o governo cancelou a Instrução Normativa?”
Uma pergunta que dentro do PT e de partes do governo, também se ecoa.
O Banco Central surfou na onda de vídeos pelas redes e publicou uma sátira, sobre a questão, para tentar se comunicar com as plataformas de uma maneira melhor. Mas, não pegou bem.

Guilherme Rodrigues de Azevedo – Jornalista Guilherme Kalel.
MTB: 89344 / SP.
É Editor Responsável pela Agencia Orcon Press e suas marcas associadas.
Presidente do Instituto Novorcon de Projetos Sociais.
Professor de Conteúdo Digital para deficientes visuais. Consultor de Acessibilidade.
E Escritor de Romances e Poesias.
guilherme@orconpress.com.br

Telegram

Whatsapp