Por Guilherme Kalel e Mariana Dias
15/01/2025 | 5h09
Quem nunca em casa tomou um Própolis para que pudesse melhorar de uma infecção de garganta.
O produto natural é usado desde sempre como um antibiótico suplementar e inclusive, foi muito utilizado no combate ao Covid-19 durante os altos picos da pandemia entre 2021 e 2022, com sucesso e eficácia.
Quem nunca teve problemas de circulação, ou conhece alguém que teve, e recebeu indicação para melhorar a circulação sanguínea usando a Castanha da Índia.
Quem nunca ficou muito resfriado, com os peitos carregados, e tomou ou deu para os filhos, aquele xarope a base de Guaco, com outros ingredientes naturais.
Quem nunca ouviu falar que Maracujá é bom para dormir, e tomou cápsulas de Passiflora, Valeriana e outras composições.
Na atualidade, quem nunca ouviu falar da Melatonina e deu uma mastigadinha em um comprimidinho pra dormir melhor.
Na verdade todos os brasileiros assim como boa parte da população mundial, tem mais produtos fitoterápicos no dia-a-dia do que pensava.
E esses produtos fazem parte da vida de todos, desde sempre e para diferentes motivos.
Nunca antes houveram problemas com relação a essas usabilidades, não existem registros de pessoas que morreram, ficaram loucas ou mataram alguém, porque ficaram alucinadas com ervas medicinais.
Ao contrário, estudos recentes sempre demonstram eficácia de produtos naturais, quer sejam usados como medicação ou suplementação alimentar.
Claro, ninguém está dizendo que as pessoas tem que sair tomando chá de tudo, porque existem também aqueles produtos em risco e que tem que se saber a procedência.
Mas a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, vem promovendo uma verdadeira cassa a produtos naturais no país.
A cassa foi iniciada em 2024, quando dezenas de substâncias passaram a ser proibidas como suplementos por segundo a Agencia Reguladora, estarem em desacordo com novas normas determinadas em 2018.
Em 2025, essa lista vai crescer ainda mais. A partir de setembro, a Anvisa determinará que mais produtos saíam de circulação.
Todos os suplementos alimentares que não tiverem o chamado teste de qualidade, aprovado pela Agencia, estarão proibido de ser comercializados.
O problema é que, cada uma dessas realizações de testes tem em média o custo de R$ 50 mil.
Uma empresa que tenha 10 diferentes fórmulas de suplementação, teria que para continuar vendendo-as, gastar R$ 500 mil, só em testes de qualidade e eficácia, para a Anvisa liberar aquele determinado produto.
Este é o fim do mercado informal de produtos naturais, mas ao mesmo tempo, vai acabar também com aqueles produtos naturais de pequenas empresas.
E trazer grande dificuldade, mesmo que para as grandes ou médias produtoras, não as gigantes, mas médias e grandes.
Isso porque, fabricantes como a Sanofi por exemplo, continuarão a produzir suas vitaminas já que possuem bilhões em recursos para investimentos.
Mas, marcas menores como a Unilife por exemplo, que é uma grande indústria mas não uma gigante da farmacêutica, terá que fazer uma escolha.
A empresa estima que de 500 produtos, menos de 100, continuarão em circulação após setembro de 2025, quando terá que se adequar a nova legislação da Anvisa.
Essas novas suspensões, destruirão tratamentos e suplementações há anos, usadas por pessoas no tratamento de diferentes problemas de saúde.
Do Diabetes ao câncer, o prejuízo deve atingir de maneira direta, 300 mil pessoas em todo o Brasil, que fazem tratamentos fitoterápicos.
Neste universo, 105 mil crianças que fazem uso de suplementações naturais e homeopatias, também devem ser atingidas.
Os dados fazem parte de um levantamento cuidadoso da Agencia Orcon Press, por meio de seu Instituto de Pesquisas DataHaun.
O levantamento foi realizado entre os dias 9 a 14 de janeiro, com base na venda de farmácias de todo país, pesquisadas pela Agencia.
Com base na produção de frascos de produtos vendidos e aprovados pela }Anvisa, e com base naquilo que farmácias de manipulação declaram comercializar por mês a Agencia.
O uso de medicamentos e suplementos fitoterápicos pode ser bem maior, que estes 300 mil iniciais apresentados.
Já que as pesquisas foram específicas, para produtos relacionados a Diabetes, cânceres, alergias, resfriados, vírus, doenças respiratórias e problemas cardíacos e emocionais.
Não foram colocados na conta, aquelas fórmulas que prometem emagrecimento, nem aquelas usadas em doenças como Fibromialgia, Neuropatias, reumatismos, ETC.