Saúde e Bem-estar

Cassada da Anvisa: Agencia se manifesta e diz que suspensão de suplementos ocorreu por culpa de fabricantes que não se adequaram a novas normas estabelecidas em 2018

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Por Guilherme Kalel e Mariana Dias

14/01/2025 | 8h10

A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), se manifestou sobre as denúncias publicadas pelo Orcon Press e a revista Expresso 365, sobre suplementos que foram suspensos no ano passado, sem explicações da suspensão.
Diversos produtos fitoterápicos que estavam classificados como suplemento alimentar, simplesmente pararam de ser comercializados por ordem da Anvisa que proibiu sua fabricação e livre comercialização em todo o país.
A Agencia justificou que em 2018, uma norma estabeleceu mudanças nas regras de suplementos e que medicamentos fitoterápicos, precisariam se apresentar como medicação e não mais como suplementação.
As fabricantes tinham 5 anos para se adequar, e apresentar estudos confiáveis que mostrem a eficácia dos fitoterápicos nos problemas que pretendiam tratar.
Algumas fabricantes de alguns produtos naturais, apresentaram o cumprimento das normas. Outras não.
Segundo as explicações da Anvisa, essas fabricantes não se adequaram e por isso, produtos relacionados foram suspensos de comercialização.

A Agencia destaca que grandes fabricantes que produzem vitaminas a base do Panax Ginseng, tiveram a opção de enquadrar a substância como medicamento, retira-la da fórmula da vitamina produzida, ou comercializa-la sozinha sem outras suplementações, mas com registro de medicamento.
Os laboratórios que produzem vitaminas como Pharmaton e Natus Gerin por exemplo, conseguiram a aprovação da Agencia Reguladora, para que pudessem comercializar seus suplementos, mudando-os de classe terapêutica.
As vitaminas citadas acima são tratadas como medicamentos agora e por isso, as fórmulas estão liberadas.
O mesmo não aconteceu por exemplo, com substâncias como Ora Pro Nobis, Agaricus Blazei e Cascara Sagrada. Essas e outras fitoterapias, foram suspensas porque as fabricantes não apresentaram estudos que comprovassem eficácia e estão proibidas de comercializar.

A declaração da Anvisa é contraditória. Um dos laboratórios em conversa com a Agencia Orcon e que produzia Agaricus Blazei, informou que houve a procura da Agencia para um novo registro do medicamento.
E que até hoje, nem uma resposta foi dada ao pedido realizado e que por isso, a produção teve que ser suspensa.

Em algumas farmácias de manipulação, o Agaricus pode ser encontrado ainda e manipulado.
Mas, o valor que cobram para as fórmulas são exorbitantes.
Se antes os frascos com 60 capsulas eram comercializados a pouco mais de R$ 60,00 a unidade, nas farmácias eles não estão saindo por menos de R$ 120,00, o dobro do valor, o que impede o acesso de alguns pacientes que necessitam da suplementação para tratamentos essenciais.