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Opinião: Ser deficiente visual no Brasil é uma loteria, matamos um leão por dia em desafios a cada nova manhã

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Por Guilherme Kalel

13/12/2024 | 7h56

Nesta sexta-feira, 13 de dezembro, o Brasil celebra o dia do deficiente visual.
A data faz alusão também ao dia de Santa Luzia, que é considerada na igreja católica, protetora dos olhos.

Mas no Brasil, se ser deficiente de qualquer natureza já é um desafio, ser deficiente visual, o desafio é maior ainda.
Matamos um leão por dia, e a cada nova manhã temos algo a superar.
Todos os dias precisamos provar a capacidade que temos de ser, acontecer e existir, numa constante cena de provas que nunca param.
A sociedade brasileira ainda é muito preconceituosa, e embora tenha se avançado muito, há muito o que fazer.
Muitas entidades de classe que atendem deficientes visuais, preocupam-se apenas com o lado político e financeiro de sua existência, deixando de lado, o verdadeiro papel pelo qual foram criadas.
Neste sentido, seríamos apenas números para recebimentos financeiros nessas unidades, e não pessoas que precisam de atenção específica para cursos de capacitação pessoal e profissional.
É por isso que há, por parte de alguns, um trabalho incessante e que nunca deve parar, para mudar esta realidade.

Ainda somos poucos na política, onde são necessários mais de nós, para também mostrar força e ao mesmo tempo, o que precisa ser modificado neste país tão inacessível e desigual.
A luta nunca para e é assim que tem que ser.
Pelas palestras do Olhar Sem Fronteiras, projeto que criei em 2012, e que resiste até os dias atuais, sempre tenho o costume de dizer, que não queremos nada além do direito de existir e de nosso espaço na sociedade, assim como todo mundo.
A diferença é que temos que nos esforçar quase 10 vezes mais, para conquistarmos isso.

Hoje, neste 13 de dezembro, não temos muito o que comemorar.
Mas comemoramos o fato de muitos de nós não desistirem e seguirem em frente, não importa o tamanho dos obstáculos.
Seguimos aqui, sem fronteiras, e sabendo que nossa responsabilidade em fazer diferente o que outros fazem igual, é cada vez maior.

Neste dia também, a Agencia Orcon Press, lança uma série de reportagens sobre uma questão que permeia infelizmente o universo de deficientes visuais.
Um grupo de pessoas mal intencionadas que usam sua deficiência, para ludibriar outras pessoas.
Isso nos mostra que gente boa e ruim tem em todos os lugares, em todas as classes, e que com o PCD, não seria diferente.
Ao mesmo tempo, nos mostra que a verdade não pode ficar escondida, e que será sempre publicada por aqueles que não tem medo dela.
Afinal de contas a maldade humana não pode ser maior do que a força da verdade.

Guilherme Rodrigues de Azevedo – Jornalista Guilherme Kalel.
MTB: 89344 / SP.
É Editor Responsável pela Agencia Orcon Press e suas marcas associadas.
Presidente do Instituto Novorcon de Projetos Sociais.
Professor de Conteúdo Digital para deficientes visuais. Consultor de Acessibilidade.
E Escritor de Romances e Poesias.
guilherme@orconpress.com.br

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