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IBGE: Inflação desacelera em novembro mas no acumulado de 12 meses atinge 4,87% e impacta salário mínimo

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Por Guilherme Kalel

10/12/2024 | 9h43

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), publicou nesta manhã de terça-feira, 10, os dados da economia brasileira, referentes a inflação de novembro de 2024.
O índice inflacionário reduziu e fechou o mês em 0,39%, valor menor que o de outubro, que foi de 0,56.
Mas no acumulado de 12 meses, estoura o centro da meta do governo e já atinge 4,87%.
Isso por si só, impacta a vida dos brasileiros e reforça a necessidade do Banco Central, em reunião nestas terça e quarta-feira, determinarem nova alta na Selic, a taxa básica de juros da economia nacional.
Esta alta se faz necessária, para frear o consumo e com isso, os impactos da inflação descontrolada.
A continuar nessa linha, a inflação em 2024 pode fechar dezembro oscilando, entre 4,88 a 4,92%.
A projeção foi feita por economistas, indicada a Agencia Orcon Press, nesta terça-feira.

Os cálculos da inflação de novembro e de seu acumulado de 12 meses também, são importantes para definir a política de reajuste do salário mínimo.
Com esses números existem dois cenários possíveis a se explorar.
Pelo modelo atual de correção, o mínimo seria reajustado com base na inflação de 12 meses, somando dezembro de 2023 a novembro de 2024, que foi de 4,87%, mais o PIB do país do ano passado, de 3,2%.
Esta soma total daria um reajuste de 8,07% no salário, o subindo dos atuais R$ 1412,00 para R$ 1525,95, que poderia ser arredondado para baixo, em R$ 1525,00 ou para cima, em R$ 1526,00.
Se o modelo usado para a correção, for o colocado no pacote de corte de gastos, caso este seja aprovado até 20 de dezembro, o reajuste ficaria da seguinte forma.
A inflação dos últimos 12 meses, 4,87%, mais o crescimento do PIB limitado as normas do Arcabouço de despesas, em 2,5%.
Esta soma levaria a um reajuste de 7,06%, na soma entre os dois fatores, fazendo o salário saltar de R$ 1412,00 para R$ 1516,00.

O governo trabalha com um mínimo na casa de R$ 1515,00, segundo cálculos recentes da equipe econômica aos quais a Agencia Orcon teve acesso.
Ou seja, R$ 1,00 a menos do que deveria ser.
É importante salientar que cada R$ 1,00 de aumento no mínimo, impacta em cerca de R$ 13 bilhões as contas públicas ao mês, por conta de pagamentos de benefícios do INSS, indexados ao mínimo.

O governo federal, precisa cortar gastos num momento essencial para sua sobrevivência e tenta aprovar no Congresso, um pacote de medidas que possam trazer algum alívio fiscal.
Apesar de não ser o ideal e de não funcionar a longo prazo, é esperado que seja aprovado agora para que passe a ter validade a partir do ano que vem.

Benefícios pagos acima do mínimo ainda não tiveram seus valores definidos.
Eles são calculados pelo Índice de Preços ao Consumidor, o IPC. Que deve ser divulgado entre esta terça, 10, e a próxima semana, também pelo IBGE.