Por Guilherme Kalel
15/11/2024
O atentado a bomba ocorrido na capital federal, na noite de quarta-feira, 13 de novembro, serviu entre outras coisas para realinhar discursos entre o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal.
Horas depois de um homem atacar a Praça dos Três Poderes e se explodir na sequência, as falas de Ministros do Supremo e de integrantes do governo, eram tão semelhantes que pareciam ter sido escritas pela mesma pessoa.
O realinhamento entre os discursos, reforça a tese de que o Brasil vive uma onda de extremos e que é preciso uma linha forte de atuação, contra eles.
O governo e os Ministros da Suprema Corte, defendem que estes ataques foram mais uma vez, atentados contra a democracia, assim como em 8 de janeiro de 2023.
As motivações políticas reiteram a necessidade de se punir de forma exemplar, qualquer um que ouse atacar o sistema democrático brasileiro em qualquer uma de suas vertentes.
E nesse sentido, o que se destaca é que a anistia para o 8 de janeiro, estudada pelos Parlamentares para ajudar Bolsonaro a se reabilitar no jogo político, pode ter sido sepultada de vez.
Embora o ex-presidente insista em dizer que não conhece o homem bomba, e que nada tem a ver com suas ações, as declarações de sua família e os levantamentos já feitos pela Polícia Federal, reforçam as teses.
O ataque foi político, motivado por ideais bolsonaristas, ainda que não seja Bolsonaro que tenha o executado ou orquestrado.
Claro, não se pode culpar exclusivamente o ex-presidente por todos os erros e sandices cometidos por um único apoiador, mas também não se pode negar, que a radicalização promovida por suas ideias, acabaram perturbando a ordem e o equilíbrio das pessoas.
Hoje, além de um alinhamento entre governo e STF e a morte do projeto de anistia, é preciso também se notar uma clara necessidade de se reavaliar discursos, de Direita e Esquerda, e impedir que novos extremos atinjam o Brasil.
Guilherme Kalel é Jornalista e Escritor. Editor Responsável pela Agencia Orcon Press.
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