Por Mariana Ferrari
30/10/2024 | 5h53
O ex-ministro e um dos homens mais importantes do PT num passado recente, José Dirceu, agora pode voltar a cena política.
Na última segunda-feira, 28, o Ministro do STF Gilmar Mendes, anulou todas as condenações que pesavam contra si, em processos da Lava Jato.
Assim como seu fiel amigo, Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu foi julgado por Sérgio Moro, razão pela qual sua defesa pediu nulidade processual.
Ainda que a Procuradoria-Geral a República tenha sido contra a anulação, por destacar que os casos julgados não eram conectados, apenas estavam presentes na mesma operação, comandada pelo mesmo Juiz, prevaleceu o entendimento do Magistrado que foi um conluio contra o PT.
Deste modo, logo quem tanto defendeu a Lava Jato em meados de 2015, se transformou em novo algoz da operação.
Dirceu com as penas anuladas agora pode voltar ao cenário político fora dos bastidores, atuando diretamente, e já tem planos para isso.
Se lançar candidato a deputado em 2026, e vencer o Pleito, por São Paulo.
Tem o apoio de seu amigo, Lula, que tentará reeleição para um 4º mandato afrente do Brasil como seu Presidente na mesma época.
Os dois, ainda não entenderam nuances que precisam ser compreendidas nem mudanças que vem se instaurando no cenário brasileiro.
A volta de Dirceu oficialmente no jogo político por sua vez, expõe um novo racha no PT.
Lula que sempre foi fiel aos que lhe foram fiéis nos períodos mais conturbados de sua vida, quando esteve preso pela Lava Jato, deve continuar sendo.
Assim deve encontrar algum espaço dentro do governo para Dirceu, agora ou no futuro se reeleito.
Isso atrapalhará e muito os planos do PT, que na segunda-feira, 28, se reuniu em São Paulo após amargar péssimos resultados nas urnas.
O partido vai comandar 252 prefeituras no país, passadas as eleições Municipais.
Se transformou na 9ª agremiação com mais prefeituras no Brasil.
Mas em 2012, chegou a ter mais de 600 Prefeituras, uma queda expressiva e uma mostra clara na dificuldade que a esquerda vem tendo de dialogar e convencer a população de seus projetos.
A derrota do Psol na capital paulista, apoiada pelo PT, também foi outro problema.
Mariana Ferrari é Jornalista de Política e Economia.
Antes, atuou como correspondente internacional para a guerra na Ucrânia.