Por Guilherme Kalel, Manuela Becker e Lívia Morelli
21/09/2024 | 8:00
Hoje, 21 de setembro, é Dia Nacional de Lutas das Pessoas Com Deficiência; Perguntaram-nos, como é ser deficiente no Brasil.
Se temos algo a celebrar nesta data.
Nossa resposta é clara, única e objetiva.
Ser deficiente no Brasil, é uma luta diária.
Todos os dias, temos que mostrar e demonstrar a nossa capacidade de ser ou fazer algo.
Estamos sob o olhar atento da sociedade, das empresas, de governos, de entidades assistenciais que em sua imensa maioria, não cumprem com o papel que deveriam prestar.
E que em vez de atender as pessoas com deficiência, fogem as suas responsabilidades.
Querem mostrar, como é lindo o deficiente se superar através do esporte.
Mas ignoram as dificuldades que temos em ingressar no Mercado de Trabalho.
Querem fazer politicagem barata, promover festas e atividades sociais sob uma falsa ótica de inclusão.
Quando deveriam na verdade, estar ajudando a combater o capacitismo, o abuso e exploração que deficientes sofrem todos os dias dentro de muitas casas.
Lembrem-se, 30% dos deficientes visuais do Brasil, sofrem algum tipo de exploração familiar.
Dado que foi publicado em março de 2024, num levantamento do Instituto Novorcon, e que até hoje, nem uma outra entidade tomou posicionamento.
Porque na visão deles, com família não se mexe e isso é responsabilidade do Invisual resolver.
Mas não só.
Se o deficiente não tem a quem recorrer ou como recorrer, ou tem como se sentir amparado, como ele vai sair dessa situação?
Temos, 250 pessoas atendidas nos projetos Novo Acolhimento e Novo Lar hoje.
Que são o reflexo de que sim, quando se quer fazer, faz. É possível.
Somos o exemplo da luta, que nunca desistimos da batalha, estamos aqui para lutar.
Por direitos, pela representatividade, pelos cumprimentos dos deveres.
Os caminhos não são fáceis, verdade. Há muito que trilhar e pavimentar se quisermos conquistar uma sociedade verdadeiramente inclusiva.
Cada dia é uma luta diferente, por um motivo diferente.
O importante é nunca desistir, e seguir em frente, não importa o que digam, pensem ou façam outros.
O nosso papel não nos refutamos a cumprir.
Somos pessoas com deficiência, como tais, entendemos as dificuldades, os anseios, necessidades da classe.
E estamos aqui, não para publicar o que é bonito, mas fazer o necessário.
O resto é historia.
Guilherme Kalel é Jornalista e Escritor. Editor Responsável pela Agencia Orcon Press.
MTB: 89344 / SP.
guilherme@orconpress.com.br
Manuela Becker é deficiente visual, professora de conteúdos digitais e Blogger. Formada em Serviço Social.
Coordenadora Social do Instituto Novorcon.
Lívia Morelli é deficiente visual, formada em Historia e Serviço Social, estuda e entende, as nuances da pessoa com deficiência na sociedade.
Diretora do Instituto Novorcon, atua como Coordenadora de Núcleos de Atendimentos ao Invisual.
É também Blogger e Programadora com especialização em WordPress.