Jornalista Guilherme Kalel |

No 25 de agosto 14 anos depois, a ti toda honra, toda homenagem, toda saudade que sempre é eterna

Ouça a Notícia

Por Jornalista Guilherme Kalel

25/08/2024 | 10h48

Há 14 anos, minha vida mudava para sempre.
Há 14 anos, bem neste dia, eu perdia a pessoa mais importante, incentivante, e única da minha vida.
Foi difícil ter que aprender de uma hora para outra, conviver a não o ter mais aqui, todos os dias.
Não ouvir tua voz, os conselhos, as palavras.
As músicas que gostava de escutar, participar dos momentos entre amigos.
Foi difícil não ver mais o sorriso, as lágrimas de orgulho por cada conquista que eu alcançava.
E nesses 14 anos, tantas e quantas coisas aconteceram, e que gostaria que tivesse vivido comigo.
Quis o destino de forma sempre implacável e inimaginável, que fosse assim.
Perdi mais que um avô, naquele 25 de agosto.

14 anos depois, ao que parecia ser um dos piores dos 25 de agosto da historia.
Por conta de tudo que vem ocorrendo na minha vida, nos últimos meses.
Ainda assim, consegui transformar esta data tão simbólica em algo surpreendente.
O relembrando com saudade, fazendo o que gostava de me ver fazer.
Crescendo, avançando, indo em frente, não importa o quanto as coisas estivessem difíceis.

Meu avô.
Nesta data em que se completam 14 anos em que não está mais aqui.
O trabalho me chamou a olhar a Porto Alegre.
A abrirmos, através de nossas parcerias, nosso Núcleo de Atendimento para deficientes visuais na cidade.
Me chamou a presenciar, um marco e uma revolução, na atenção as pessoas invisuais naquele lugar.
A atender, 30 pessoas que estavam exploradas por suas famílias, agora não mais.
A levar o nome, Otair Rodrigues, que muito me orgulha, ao conhecimento de mais e mais pessoas.
“Dinheiro não tenho, mas a paixão é demais.”
Essa tua frase, que sempre me dizia.
Hoje faz todo o sentido com que eu diga, em cada vez que o trabalho ganha um capítulo novo.

Quis criar um 25 de agosto cheio.
Com novidades, estreias, com parcerias e anúncios surpresas que surpreenderam até mesmo a mim, alguns deles vieram sem que eu soubesse que chegariam.
Méritos da Vanessa e da Juliana, que tem feito um papel essencial nessa nossa caminhada.
Mas sabe. Tudo isso vem hoje, em forma de homenagem.
Para você, por você, sempre.
É como tem que ser.
Quanto orgulho!
Quanta saudade.
Hoje, se estivesse aqui, seria dia de churrasco.
Para comemorarmos as conquistas ocorridas.
Como não é possível que seja assim, espero que possa sentir ao menos orgulho.
Tudo que tenho feito, faço para honra-lo.
Mesmo que seja incompreendido, julgado e crucificado.
Sou só eu, seguindo na linha os passos do que me ensinou.
Nunca desistindo ou renegando quem sou.

Anjo Avô

Onde eu estiver,
Vou sempre me lembrar,
Em cada amanhecer,
Ou romper do dia.
Por onde eu passar,
Sua presença estará,
Me fazendo relembrar,
De sua alegria.
O tempo que passou,
Não fez diminuir,
A dor enorme, que sua ausência trouxe.
O tempo que se foi,
Não apagou o que sentia,
E o que ainda sinto, ao me recordar com saudade.

As palavras e ensinamentos, deixados como herança,
O orgulho que sentia,
Ao me ver recitar cada poesia,
Os momentos de criança,
As descobertas de adolescente,
Estavas sempre lá,
nunca se fez distante ou ausente.

Na dor de uma doença,
Na alegria de uma conquista,
Na beira de um leito de hospital,
Na porta de casa me esperando chegar do Jornal,
Ou de um passeio mais tarde naquele dia,
Sempre ei de me lembrar,
Da sua voz a me falar,
O que eu precisava aprender,
E muitas vezes se quer sabia.

Eu vou sempre me lembrar,
Por onde quer que eu vá,
De tudo o que representa,
Do amor que me dedicou,
Da forma incondicional como me apoiou,
Por toda a sua vida.
Na minha lembrança sempre estará,
Tudo o que fez sem se preocupar,
Pelo meu bem, para me ver crescer,
Sua forma de me amar,
O jeito de lutar, só pra me proteger.

Em minha mente sempre estará,
No coração a eternizar,
Tudo que pude viver a seu lado.
Os sonhos que me ajudou a realizar,
Aqueles que me incentivou a sonhar,
Até um homem me ver formado.

Hoje mesmo que o tempo tenha passado,
Muitas coisas tenham de fato mudado,
Além da imensa saudade, uma coisa ainda permanece,
É aquele amor gigantesco,
Que mal cabe no peito,
Amor que nunca esquece.

De quem tanto me amou,
A vida a mim dedicou,
De maneira tão intensa,
Um anjo protetor,
Chamado de Avô
Cuja minha felicidade sempre foi sua maior recompensa.

Guilherme Kalel é Jornalista e Escritor. Editor Responsável pela Agencia Orcon Press.
MTB: 89344 / SP.
guilherme@orconpress.com.br