Por Sofia Aguiar
Do Orcon Press
Enviada especial a Porto Alegre 13/05/2024 | 5h23
O domingo, 12 de maio, foi dia de visitas em alguns abrigos da cidade de Porto Alegre, no RS, onde milhares de pessoas se refugiam após enchentes e tempestades tomarem e destruírem partes da capital gaúcha.
A Reportagem do Orcon Press, esteve nos locais para conhecer as estruturas, verificar o que se tem e o que se precisa, até para cunho social.
O Site é um dos que, tem se empenhado para angariar recursos e transforma-los em ajuda humanitária e é a partir das informações captadas nessas visitas, que se tem um panorama da situação real.
É a partir dessas passagens também, que se verifica mais que a necessidade das pessoas, mas a organização desses locais e como recebem quem chega.
Uma das grandes questões, é que não existe uma separação entre pessoas.
Enfileiradas em colchões, dormem umas ao lado das outras, como uma grande comunidade.
Desde bebês de colo a senhores de 90 anos, essas pessoas tiveram que deixar o conforto de seu lar, não por vontade mas por força das águas.
O problema em toda essa questão, para além das enchentes e tempestades, passa pela situação de ter que abrigar todos e qualquer um.
Há nos abrigos pessoas de bem, trabalhadores que tudo perderam, mulheres, crianças, donas de casa e mães.
Maridos, pais, pequenos empresários.
Mas também há pessoas que estavam cumprindo medidas de restrição de liberdade, com tornoseleira eletrônica, moradores de rua, pessoas que estavam viciadas em drogas e álcool, antes da enchente chegar.
Os abrigos são mine cidades, como tais também com seus problemas.
Quem está afrente da organização dos espaços garante, apesar de parecer difícil, todos entendem a situação que estão, e contribuem e colaboram entre si.
As ocorrências tem sido as mínimas possíveis.
Os crimes que as forças de segurança precisam intervir, estão de fora e não dentro dos abrigos.
O governo estadual, apesar de todo o problema que já tem, precisa entretanto olhar a esses locais.
O Rio Grande do Sul já tem mais de 720 abrigos provisórios montados. E eles continuam a crescer.
Mas não dá para fazer de qualquer jeito ou por pessoas sem verificar.
Aqueles que por algum motivo tinham que estar cumprindo medidas de restrição de liberdade, não podem ficar em meio a sociedade em convívio comum.
Há medo e pânico, não só pela situação ineditista das enchentes e da destruição, mas pelas pessoas que estão no abrigo.
Pelos relatos de crimes sexuais que ocorreram e assedio que as vezes pode ocorrer.
Alguns abrigos tentaram resolver por si próprios a situação, distribuindo a mulheres apitos.
Que podem ser soprados sempre que uma delas se sentir assediada ou sofrer algum tipo de abuso.
Para que um responsável tome providências.
Apesar de esses relatos e esses problemas que os organizadores chamam de pontuais, a passagem nos abrigos é sempre segura e tranquila.
A Reportagem pôde ver, pessoas que tentam conviver em meio a tragédia a melhor forma possível.
Alguns jogam cartas, outros tocam violão, alguns tentam imaginar como será a vida e quando ela retomará a normalidade.
Como será essa normalidade.