Por Guilherme Kalel e Elysee Prado
Do Orcon Press
28/03/2024 | 6h
O setor de serviços sem a menor sombra de dúvidas foi um dos mais impactados pela pandemia do Covid-19 no Brasil.
Com as pessoas tendo que ficar em casa pelas medidas de contenção contra o vírus, e que sim, eram necessárias aquele momento, houve um tombo nessa área economicamente falando.
Hotéis e restaurantes foram as áreas mais afetadas dentro deste patamar, enquanto informações, comunicações e serviços de entrega cresceram de forma exponencial.
Por outro lado, com o término da pandemia e as pessoas voltando a rotina, 45 meses depois do fechamento, as coisas parecem terem voltado ao normal.
Uma pesquisa do IBGE, divulgada esta quarta-feira, 27 de março, revela que os setores da economia já estão em níveis semelhantes ou superior, a fevereiro de 2020, o mês que antecedeu a pandemia do Coronavírus.
A grande questão nisso, é que as pessoas voltaram a gastar e consumir, os salários aumentaram mas sem grande produtividade, e o BC ligou seu alerta amarelo.
O BC emitiu um comunicado por parte de seus economistas, junto a ata da reunião do Comitê de Políticas Monetárias, também publicado esta quarta-feira, 27 de março.
Nele, o Banco Central fala da preocupação com o setor de serviços no impacto da economia brasileira.
Parte do que se compõe a inflação vem desses gastos, e que representam quase 30% ou mais, do total da inflação.
Puxada pela alta dos alimentos, o impacto com alta de serviços pode ser muito negativo, o que fará o BC pisar no freio, na taxa de juros.
Nas próximas reuniões estão previstos que novos cortes aconteçam, mantendo a política de baixar a Selic, adotada desde agosto do ano passado.
Mas as previsões são de que, no segundo semestre esses cortes acabem.
Com isso, o ano poderá ter uma Selic encerrada na casa dos 9,5% mais ou menos, se nada mudar.
Essa baixa na Selic, impacta diretamente a inflação do país.
É importante salientar que a que pese o governo ser contra as taxas de juros mais elevadas, e querer cada vez mais suas decidas, quanto mais baixa a Selic, a inflação mais
corre o risco de ficar em descontrole de novo, num cenário de alta de preços.
Para não se haver este impacto econômico, não apenas a taxa de juros, mas os preços de alimentos e serviços precisam mudar e baixar.
O que por outro lado, não está no horizonte acontecer.