Por Jornalista Guilherme Kalel
24/02/2024 | 9h48
No Brasil, era madrugada de quinta-feira, 24 de fevereiro, quando o Mundo passou a assistir um bombardeio desproporcional contra Kiev e outras cidades da Ucrânia.
Os protagonistas da ação eram os vizinhos da Rússia, que decidiram invadir o país, por ordem de seu Presidente, Vladmir Putin.
Aquela altura, o Presidente russo não falava em guerra mas sim numa operação Militar.
O objetivo segundo suas palavras, seria libertar o governo ucraniano de um governo nazista.
Um governo nazista que era liderado por Volodymyr Zelensky, um judeu. Vejam como é ilógica a motivação do inimigo, desde o começo da invasão.
De longe não demorou muito para acompanhar aquelas notícias que beiravam a tragédia.
Porque toda guerra em si, seja a razão que for, é uma tragédia lamentável, embora algumas sejam inevitáveis e necessárias.
Naquele dia, como Jornalista e Editor, lembro-me de parar todos os afazeres e concentrar no que estava acontecendo no leste europeu.
A equipe que tinha a época se dedicava a apurar cada informação que chegava, antes das publicações serem efetivadas.
Dias antes o Site que trabalhava já vinha alertando que a Rússia invadiria em questão de tempo a Ucrânia.
Na verdade o alerta vinha de meses, desde outubro de 2022, quando as primeiras notícias começaram a circular no Mundo.
Zelensky cometeu o erro de acreditar que seu homólogo russo, não faria tanto.
A princípio quando lhe falavam de uma operação nessa magnitude, ele respondia com tom de deboche, que Putin jamais faria tal ação.
Meses depois e soldados russos se preparando para entrar por terra e por ar, e o comércio ucraniano fechando suas portas por medo, em janeiro de 2024 o discurso mudou.
Zelensky pedia ao Mundo que olhasse a situação e tentasse convencer Putin a não realizar a ofensiva.
A China entrou em campo para pedir que o Presidente russo esperasse, em fevereiro haveriam jogos de inverno no país de cunho internacional, nada poderia ofuscar aquele momento para os chineses e para o Mundo.
Putin fez o que prometeu ao Homólogo chinês e esperou. Os ataques começaram somente 2 dias após os jogos de Pequim acabarem.
Zelensky viu seu país de uma hora a outra ser invadido, atacado, massacrado aos primeiros momentos.
Recebeu de países europeus como a Alemanha, o Reino Unido e também dos Estados Unidos no ocidente, a proposta de asilo.
Joe Biden chegou a destacar agentes especiais da Marinha para retirarem o ucraniano de seu solo.
A ideia a princípio seria Zelensky sair e comandar a Ucrânia de fora.
E depois tentar retomar o que os russos pegassem. Aquela altura imaginava-se que Kiev, capital da Ucrânia, cairia em horas.
Até os russos tinham certeza de que venceriam a guerra e conquistariam o povo.
Mas as informações que vinham de solo ucraniano eram diferentes.
Nossa equipe logo conseguiu boas fontes que reiteravam, que a Ucrânia não iria desistir.
Horas depois da invasão, Zelensky rechaçou a proposta norte-americana de resgate, se seu país caísse ele cairia junto.
Zelensky se protegeu em abrigos assim como sua população, ou parte dela, mas não deixou Kiev.
Preferiu ficar e pediu que seu Exército resistisse, e no Telegram, começou a disparar mensagens de resistência.
Onde os russos chegavam, e pensavam que seriam tratados como heróis libertadores, eram de fato tratados como eram, invasores e sanguinários.
A postura dos soldados logo começou a mudar quando perceberam terem sido enganados pelo discurso de Putin e seus aliados.
A Ucrânia não estava sob nem um regime nazista, e Zelensky convencera seu povo a não desistir de sua terra.
Os Militares foram convocados e estavam nas ruas, com armas antigas.
Quem estava em casa, decidiu lutar, com o que tinha disponível.
Os postos Militares começaram a receber soldados, jovens, velhos, todos defendendo sua pátria e sua Historia, fazendo Historia.
Horas passaram e Kiev não caiu.
O Ocidente e a Europa perceberam que a Ucrânia seria mais resistente e sim, precisava de aportes.
Começaram a impor sanções a Rússia que insistiu nos ataques nos dias que se seguiram.
A ajuda financeira começou a chegar, para que a Ucrânia reforçasse seu histórico Militar e bélico.
O Exército de Zelensky, se provou resistente, forte, preparado.
Mesmo que demorasse tempo a ser igual, lutou com bravura.
Um desses retratos se deu nos primeiros dias da guerra, quando um navio ucraniano foi afundado porque os soldados abordo se recusaram a render aos russos.
Isso não impediu porém, que a guerra registrasse tragédias.
Foram 600 mil mortes aproximadas desde seu princípio, os dados carecem de conferência porque ambos os lados tem suas listas próprias que não podem ser tão verificáveis como se gostaria.
A ONU estima que 10 mil civis morreram em ataques neste conflito, mas este número também pode ser maior e ultrapassar 20 mil.
De uma hora a outra, a Ucrânia viu sua vida completamente modificar.
Milhões precisaram fugir de suas casas e deixar suas famílias e estabilidade para trás. Na Europa, países tiveram de montar centro de acolhimento as pressas.
E muitas pessoas ainda hoje nem sabem se conseguirão voltar ou o que vão encontrar se voltarem.
Milhares de famílias foram separadas, mulheres e crianças que seguiram sem os pais, que ficaram para a luta.
A operação Militar de Putin finalmente ganhou o nome que é e que sempre foi, uma guerra, mais tarde.
No solo russo ainda é tratada por operação, e os discursos ainda são desencontrados da realidade.
Zelensky conseguiu importantes avanços em sua resistência mas nada é eterno, a não ser a guerra que hoje completa 2 anos e parece nunca ter fim.
As últimas semanas de quem acompanha desde o começo o conflito, tem sido de tensão.
Os russos deram uma guinada na má sorte que tinham, graças a escassez de armas e equipamentos de guerra que agora atingem a Ucrânia.
Falta ajuda para que os soldados revertam mais uma vez, algo que era crucial para sua sobrevivência.