Liberdade de Opinião: Motivos para não privatizar
Liberdade de Opinião: Motivos para não privatizar
08/02/2024
Depois de um hiato de alguns meses sem escrever por aqui, por motivos pessoais que me afastaram de todo o meu trabalho, hoje volto.
Em novo dia a Coluna “Liberdade de Opinião”, volta a ser publicada neste “Jornal Verdade”, uma alegria pessoal para mim e grande satisfação em fazer parte destas publicações uma vez mais.
Neste regresso o tema que escolhi para publicar sobre, está presente na vida dos francanos e deveria, porque pode mudar para sempre a forma como todos tem algo essencial de seu dia-a-dia.
Falo sobre a Sabesp.
Desde que chegou a cidade, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo tem prestado serviços de excelência para Franca, assim como em outros Municípios onde tem atuação.
Os serviços da Companhia são inclusive reconhecidos internacionalmente, dado os esforços de seus colaboradores, investimentos realizados, e todo o trabalho executado dentro disso.
No ano passado fomos todos surpreendidos com a notícia de que a empresa passaria por um processo de privatização, o que levantou questões e fez alguns alertas.
Particularmente deixo claro que não sou contra privatizações. Ao contrário, acho que o que for válido para privatizar deve ser e assim diminuir a carga de poder do Estado.
Contudo é preciso se analisar o que pode ou não ser privatizado, pois nem tudo está passível de ir a iniciativa privada e temos exemplos claros dos motivos disso não poder ser.
A energia elétrica é um destes, com as companhias prestando um dos piores serviços que podemos acompanhar por todos os lugares.
Há sempre reclamações da prestação dos serviços, ou da falta deles, sem uma regulamentação específica que puna as empresas nada acontece.
Não dá para demitirmos a concessionária e contratar outra porque existe contrato a se cumprir, e nem uma outra forma de fazer.
O mesmo aconteceu com as operadoras de telefonia. Assistimos a destruição da OI, que de governo virou privada, e temos outras empresas pelo caminho de após terem monopólio nas mãos, não se importam com seus consumidores.
Hoje as Teles do Brasil fazem o que querem, como querem, com quem querem, e nada de efetivo acontece.
Milhões de multas da Anatel que não são pagas, não são suficientes para melhorar o serviço.
Voltando a questão da Sabesp, analisando os pontos acima constata-se que, a empresa é essencial demais para ficar nas mãos da iniciativa privada, sem regulamentações ou garantias que os serviços serão mantidos com a mesma qualidade.
E os empregos daqueles que hoje estão na Sabesp, como vai ficar?
Aposentados e pensionistas que hoje recebem benefícios via Sabesprev, a previdência da Companhia, ninguém até agora falou com eles, ou explicou o que ocorrerá, quais serão seus destinos e o que acontece com seus pagamentos?
O governo paulista apenas apresentou um projeto de maneira truculenta como quis, aprovando-o na Assembleia Legislativa, e atropelando quem quer que estivesse no caminho.
É preciso discussão e ampla, transparência no processo, entender pontos essenciais.
Não pode-se permitir que uma marca com tanto prestígio como a Sabesp, fique manchada para sempre com uma privatização apenas interessada em aumentar os cofres públicos.
Ao menos uma vez nossos governantes precisam pensar de fato, o que é o bem melhor e maior para a população.
Guilherme Kalel
Jornalista e Escritor. Editor Responsável pelo Portal Orcon Press
MTB: 89344/SP
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