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Ministério Público de São Paulo investiga Hapvida por descumprir ordens judiciais

Por Thayna Lima

Do Orcon Press

20/01/2024 | 6h

O Ministério Público do estado de São Paulo, abriu inquérito para investigar as condutas adotadas pelo grupo de saúde Hapvida Notridame Intermédica.
Maior operadora de planos de saúde do país, com 9 milhões de clientes, a Hapvida está sendo acusada de deixar de cumprir de maneira sistêmica decisões judiciais relacionadas a seus pacientes.

Em levantamento feito pelo Jornal O Estado de São Paulo, ficou comprovado que na capital paulista o maior forum da cidade, registra 100 processos contra a prestadora pela prática.
A operadora foi procurada pela Reportagem do Orcon Press e até a publicação da matéria não havia se manifestado.
O espaço permanecerá aberto caso qualquer manifestação seja acrescentada.

Vitória Sousa tem 34 anos de idade e descobriu há 9 meses estar com um linfoma.
O tratamento prescrito por seus médicos não estava coberto no rol de procedimentos da ANS.
Ela solicitou a operadora que custeasse os valores com o tratamento medicamentoso hospitalar e obteve negativa.
Na Justiça conseguiu decisão liminar favorável para que a Prestadora a fornecesse o tratamento imediatamente.
Não deu certo.
Vitória procurou a operadora outras 3 vezes mesmo com a decisão judicial em mãos, e não conseguiu se tratar.
O caso piorou e Vitória acabou precisando de uma internação emergencial.
Só então a Hapvida começou a atender a determinação da Justiça, mas ainda não se sabe se dará tempo de salva-la.

Marcos Vinícius Gonsalves morreu em dezembro do ano passado, depois de esperar por 10 meses uma ordem judicial ser cumprida pela operadora.
Não foi e ele não conseguiu tratar seu câncer que avançou muito e culminou em sua morte.
Hoje a família processa o plano de saúde em busca de reparar um pouco o sofrimento que sua morte causou.

Geovana Mendes, de 38 anos, é outra pessoa que aguarda por um procedimento conquistado por ordem judicial, mas que ainda não foi atendida.
Em conversa com a Reportagem do Orcon Press, ela disse que há pelo menos 18 meses, tenta conseguir com que a operadora cumpra a determinação judicial.
Geovana trabalha e tem um plano empresarial e não pode trocar o convênio médico, nem tem como pagar pelo procedimento particular.

Diante as queixas e os casos que se repetem, o Ministério Público decidiu entrar em ação.
Além de bloqueios de valores e bens da operadora, o MP sugere a prisão preventiva de diretores da empresa pelo descumprimento de ordem judicial, crime de desobediência.